WhatsApp no Brasil: confira os dados mais recentes da pesquisa Mobile Time/Opinion Box
Publicado em 11 de set. de 2023 LinkedIn Yup Chat
Autor: Fernando Paiva , editor do Mobile Time
Desde 2015, a cada seis meses, Mobile Time e Opinion Box realizam uma pesquisa com abrangência nacional para comparar a popularidade e o engajamento dos principais serviços de mensageria móvel no Brasil. A edição mais recente acabou de ser publicada, na última semana de agosto, e vou apresentar neste artigo os principais dados referentes ao WhatsApp.
Antes, vale destacar alguns dados sobre a metodologia. Nesta edição foram entrevistados 2.040 brasileiros com mais de 16 anos de idade que acessam a Internet e possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, idade, renda mensal e distribuição geográfica desse grupo no Brasil. As entrevistas foram feitas on-line entre 12 e 24 de julho de 2023. A pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,1 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.
O WhatsApp é praticamente onipresente no smartphone brasileiro, instalado em 99% dos terminais em serviço no País. Esse patamar segue inalterado há dois anos (ou cinco edições desta pesquisa), desde agosto de 2021.
E o engajamento do brasileiro com o WhatsApp aumentou ainda mais, por incrível que pareça. Em seis meses, passou de 86% para 94% a proporção de usuários do aplicativo que declaram abri-lo todos os dias. A soma com aqueles que afirmam abrí-lo “quase todo dia” passou de 93% para 98%, no mesmo intervalo de tempo.
Por outro lado, foram notadas quedas na utilização de certas funcionalidades específicas dentro do WhatsApp, a saber: videochamada, stories (status) e envio de dinheiro. Em seis meses, caiu de 72% para 67% a proporção de usuários ativos mensais (MAUs, na sigla em inglês) do WhatsApp que realizam videochamadas. A proporção que publica stories, por sua vez, diminuiu de 48% para 40%. E a que envia dinheiro pelo app baixou de 8% para 4%.
Dentre os apps de mensageria monitorados, o WhatsApp continua sendo aquele mais usado para a comunicação com marcas e empresas, experiência que 81% dos seus MAUs já tiveram. Tirar dúvidas e pedir informações é a finalidade mais adequada para se conversar com uma empresa via WhatsApp, apontam 82% dos usuários desse app. Cabe destacar que em seis meses caiu de 61% para 54% a proporção que considera adequado receber promoções através desse canal. E baixou de 53% para 39% o grupo que entende ser um meio apropriado para cancelar um serviço.
O WhatsApp é também o principal canal de mensageria para chatbots no Brasil: 89% dos usuários do app afirmam já terem conversado com um robô representando alguma marca através do aplicativo, bem acima de todos os outros apps monitorados.
Como qualquer canal de grande popularidade, o WhatsApp atrai grupos mal intencionados e que não seguem seus termos de serviço. 84% dos usuários de WhatsApp relatam já terem recebido mensagens de spam de vendas no app. Interessante notar, todavia, que apenas 6% dos brasileiros denunciam os spammers. A reação mais comum consiste em bloquear o contato (39%) ou ignorar a mensagem (34%). E 21% se dão ao trabalho de responder as mensagens indesejadas, dizendo que não têm interesse. Essa postura do brasileiro, um tanto leniente em relação à prática de spam de vendas, acaba atrapalhando o combate da plataforma ao problema. Enquanto o spammer não for denunciado, vai incomodar mais gente.
O pagamento com cartão de crédito como uma funcionalidade nativa do WhatsApp foi liberada em abril no País, mas somente empresas de pequeno e médio porte que usam o WhatsApp Business podem receber pagamentos dessa forma. O recurso ainda não está liberado para grandes empresas conectadas através da API do WhatsApp. Consequentemente, essa funcionalidade ainda não se popularizou. Apenas 13% dos usuários do WhatsApp já cadastraram um cartão no app de mensageria e somente 10% já realizaram um pagamento desta forma.
A análise demográfica do grupo que já cadastrou um cartão no WhatsApp indica variações significativas de acordo com gênero, idade e classe social. Por exemplo, 16% dos homens cadastraram um cartão no WhatsApp, contra 9% das mulheres. Por faixa etária, a proporção é maior entre os jovens de 16 a 29 anos (18%) do que no grupo de 30 a 49 anos (12%) ou naquele com 50 anos ou mais (7%). E o mais surpreendente está na comparação por classe social: o percentual que cadastrou cartão é maior nas classes D e E (17%) do que nas classes C (8%) ou A e B (8%). Isso pode ser explicado pela presença de profissionais autônomos e microempreendedores individuais nas camadas mais pobres e que encontram no WhatsApp uma forma de receberem seus pagamentos com cartão sem precisar alugar ou comprar uma máquina de POS.
No relatório integral da pesquisa, há também uma série de dados sobre Telegram, Messenger, Signal, Instagram Direct, SMS e RCS. O documento está disponível para download no site do Mobile Time, ou através deste link: https://www.mobiletime.com.br/pesquisas/mensageria-no-brasil-agosto-de-2023/
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